Em Lc. 4.12, a Bíblia diz: E Jesus respondendo disse-lhe: “Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus”.
Algumas passagens bíblicas relatam o lançamento de sortes como meio para determinar a vontade de Deus ( Lv 16.7-10 nos diz: “Também tomarás ambos os bodes e os porás perante o Senhor, à porta da tenda da congregação. E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: uma sorte pelo Senhor e a outra sorte pelo bode emissário. Então, Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte pelo Senhor e o oferecerá para expiação do pecado. Mas, o bode sobre o qual cair a sorte para ser bode emissário, apresentar-se-á vivo perante o Senhor, para fazer expiação por ele, para enviá-lo ao deserto como bode emissário). Note que neste texto que lemos, a sorte lançada sobre os bodes visava exclusivamente determinar qual bode seria sacrificado e qual seria enviado ao deserto como bode emissário; não visava beneficiar materialmente a Arão.
“Em Jn 1.7; a Bíblia nos diz:” E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. Note-se que neste texto o navio iria naufragar, e aqueles marinheiros queriam somente saber a causa de tamanho infortúnio, e Deus usou o meio que eles dispunham para denunciar a Jonas que fugia de sua face. Novamente vemos que não havia interesses particulares, nem benefício próprio.
Em At 1.24 a Bíblia nos diz: E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois tens escolhido para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos.
Mais uma vez, o texto nada tem a ver com interesses particulares, ou ambições materialistas.
No antigo Israel, era aceito que Deus controlasse o dado e que falasse ao seu povo dessa forma. Embora não haja tal coisa como sorte e o controle de Deus sobre todas as coisas, quando alguém toma o dinheiro que pertence a Deus ( porque tudo o que temos pertence a Deus. Em Sl 24.1 a Bíblia diz: Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam) e aposta isso numa rodada de roleta, ou numa partida de cartas; ou numa casa lotérica, está pedindo por perturbação. Ele está dizendo através das suas ações: “Deus, eu estou arriscando o seu dinheiro, a minha fé na esperança de que você faça isso acontecer”. Quando você age assim, você está colocando o Senhor à prova. Você está tentando a Deus, e isso é pecado. Dt 6.16 e Lc 4.10-12 corroboram este princípio: Não tentarás o Senhor teu Deus.
Os jogos de azar podem distrair uma pessoa, tornando-se uma obsessão e uma compulsão, exatamente como o alcoolismo. O apostador habitual arruína a sua família e a sua vida, e alguns roubam para conseguir dinheiro para apostar. Isso pode virar uma doença que tem destruído milhões de pessoas.
A difusão dos jogos de azar em nossa sociedade ensina as pessoas que fama, sucesso e fortuna estão disponíveis sem a necessidade de se trabalhar; ou de se esforçar. As virtudes da perseverança, economia e investimento cuidadoso, assim como a paciência, estão todas sufocadas por este vício. No lugar dessas virtudes, está a ambição humana, a luxúria, a avareza, a preguiça, a mentalidade de viver o momento.
Como é trágico ver nossos legisladores ligarem seus orçamentos futuros à legalização de jogos de azar e à loterias que sufocarão as virtudes que seus cidadãos precisam para um verdadeiro crescimento e prosperidade a longo prazo.
Respondendo a pergunta: É errado jogar? Sim, nestas circunstâncias que apresentamos não só é errado, como também é pecado.
Pr. Afonso