Tem havido muitas abordagens do conteúdo específico das bem-aventuranças. Muitos sentem que há uma progressão de pensamento evoluindo através delas, que começa com uma nova atitude para consigo mesmo e para com Deus, passa a uma nova atitude para com os
outros, e culmina com a reação do mundo a esta mudança radical. Há certo mérito nesta análise e, se tal esquema nítido coincide ou não com a ordem real das bem-aventuranças, as idéias certamente estão ali. Para uma sociedade governada por algumas concepções errôneas sérias do reino de Deus, as bem-aventuranças fazem duas afirmações básicas. Primeiro, que o reino não está aberto aos que se julgam virtuosos e aos presunçosos, mas ao pecador suplicante e vazio que chega procurando por ele. Segundo, que o reino não é para o "poderoso" que obtem o que deseja pela riqueza ou pela violência, mas para uma companhia de homens pacientes, que abrem mão, não somente de suas vontades, mas até dos seus "direitos", em prol das necessidades dos outros.
Ainda que não explicitamente declarado (Jesus não haveria de falar claramente de sua morte até um ano mais tarde, Mateus 16:21), não há nada mais óbvio no seu sermão do que a verdade central do evangelho que a salvação é pela graça de Deus. Aqui o pré-milenarista está palpavelmente errado. Como poderiam homens e mulheres tão famintos de justiça (5:6) e tão necessitados de misericórdia (5:7) encontrar
lugar num reino governado por um sistema só de lei? E quem poderia imaginar que cidadãos do reino terrestre imaginado pelos pré-milenaristas haveriam de sofrer perseguição (5:10-12)? A justiça do reino não repousa num sistema de lei, mas sobre um sistema de graça. Seus santos padrões são atingíveis pelos homens pecadores (5:48). De outra maneira, o Sermão da Montanha haveria de ser fonte de maior desespero do que a lei de Moisés (Romanos 7:25).
"O Sermão da Montanha" Pastor Afonso Capítulo 3 Páginas 9-11
outros, e culmina com a reação do mundo a esta mudança radical. Há certo mérito nesta análise e, se tal esquema nítido coincide ou não com a ordem real das bem-aventuranças, as idéias certamente estão ali. Para uma sociedade governada por algumas concepções errôneas sérias do reino de Deus, as bem-aventuranças fazem duas afirmações básicas. Primeiro, que o reino não está aberto aos que se julgam virtuosos e aos presunçosos, mas ao pecador suplicante e vazio que chega procurando por ele. Segundo, que o reino não é para o "poderoso" que obtem o que deseja pela riqueza ou pela violência, mas para uma companhia de homens pacientes, que abrem mão, não somente de suas vontades, mas até dos seus "direitos", em prol das necessidades dos outros.
Ainda que não explicitamente declarado (Jesus não haveria de falar claramente de sua morte até um ano mais tarde, Mateus 16:21), não há nada mais óbvio no seu sermão do que a verdade central do evangelho que a salvação é pela graça de Deus. Aqui o pré-milenarista está palpavelmente errado. Como poderiam homens e mulheres tão famintos de justiça (5:6) e tão necessitados de misericórdia (5:7) encontrar
lugar num reino governado por um sistema só de lei? E quem poderia imaginar que cidadãos do reino terrestre imaginado pelos pré-milenaristas haveriam de sofrer perseguição (5:10-12)? A justiça do reino não repousa num sistema de lei, mas sobre um sistema de graça. Seus santos padrões são atingíveis pelos homens pecadores (5:48). De outra maneira, o Sermão da Montanha haveria de ser fonte de maior desespero do que a lei de Moisés (Romanos 7:25).
"O Sermão da Montanha" Pastor Afonso Capítulo 3 Páginas 9-11