Princípios Esquecidos da Reforma
JohnW. Robbins
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Todo Outubro, enquanto o mundo está imitando e celebrando bruxas, demônios,
fantasmas e mágica em boa moda pagã e medieval, os cristãos lembram a Reforma cristã do
século dezesseis, quando o evangelho de Jesus Cristo varreu toda a Europa, destruindo um
Cristianismo totalmente corrompido e concedendo vida eterna a milhões de almas
perdidas.
No último dia de Outubro de 1517, Martinho Lutero, um professor de universidade
na Alemanha, publicou 95 proposições para debate na porta do Castelo-Igreja de
Wittenberg. Alguém pegou as proposições em latim de Lutero, traduziu para o alemão,
imprimiu-as, e distribui ao povo. Lutero pretendia um debate eclesiástico e acadêmico;
Deus pretendia salvar almas, promover o seu reino, e mudar radicalmente o curso da
história mundial.
Menos de um ano depois, Lutero foi intimado a aparecer diante do núncio papal,
um italiano chamado Jacopo di Vio de Gaeta, que chama a si mesmo de Cardeal Thomas
Cajetan, em Augsburgo. Gabriel Venetus em Roma tinha ordenado que Lutero fosse
capturado, “preso em correntes, cadeados e algemas”, e enviado imediatamente para Roma,
mas o Eleitor Frederico interveio sobre o princípio que os alemães não deveriam ser
julgados em tribunais estrangeiros. Em Augsburgo Cajetan demandou que Lutero retratasse
todas as críticas sobre as indulgências. Quando Lutero recusou, Cajetan explodiu em raiva,
mas Lutero foi novamente protegido da ira da “Santa Igreja Apostólica” pelo Eleitor
Frederico. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo Papa. Em 10 de dezembro de 1520,
Lutero queimou publicamente a bula papal de excomunhão e a lei canônica em desafio
aberto à autoridade da Igreja.
O Imperador de 20 anos de idade, Charles V, do Santo Império Romano, uma
pessoa devota e fiel à Igreja Católica, intimou agora que Lutero aparecesse diante da Dieta
de Worms para enfrentar a ira unida da Igreja e do Estado. Ali, diante de príncipes, nobres,
bispos e o próprio Imperador, todos reunidos, Lutero encarou esse grande desafio: A
pompa e poder reunido da Igreja medieval e do Estado estavam preparados contra ele. As
tradições, dogmas e práticas de um milênio estavam ali para julgá-lo, um javali selvagem
correndo na vinha de Deus, nas palavras do Papa que reinava. O porta-voz dos Poderes
exigiu que Lutero renunciasse seus escritos – ensaios tais como O Cativeiro Babilônico da
Igreja, Carta Aberta à Nobre Cristã da Nação Alemã e A Liberdade do Cristão. Para a surpresa de
quase todo o mundo, e insulto do representante do Papa, Lutero pediu um dia para pensar,
o que o Imperador concedeu.
Lutero, talvez melhor que a maioria dos eruditos desde aquele tempo, entendeu a
importância daquela assembléia, daquela pergunta e sua respectiva resposta. Por mil anos a
Igreja Romana tinha reivindicado e reforçado um monopólio sobre Deus e a verdade, pelo
menos naquele pequeno anexo da terra eurasiana chamada Europa Ocidental. A Igreja
alegava insolentemente que era o único repositório da revelação sobre a Terra, a autora da
própria Escritura, dona de tradições tão celestiais que os apóstolos jamais escreveram, a
guardiã da teosofia dos cristãos, e representante de Deus sobre a Terra. O desenvolvimento
de seu dogma era a revelação da própria Verdade, e ela não poderia errar. Por milhares de
anos, milhões de pessoas tinham crido nessas alegações megalomaníacas. Reis, príncipes e
Imperadores foram intimidados e humilhados pela Igreja. Quando Lutero enfrentou os
poderes reunidos em Worms, estava confrontando não meramente o Imperador atual e o
bispo que reinava então, mas milhares de anos de história. Ele queria que sua resposta fosse
lembrada por outros milhares de anos.
JohnW. Robbins
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Todo Outubro, enquanto o mundo está imitando e celebrando bruxas, demônios,
fantasmas e mágica em boa moda pagã e medieval, os cristãos lembram a Reforma cristã do
século dezesseis, quando o evangelho de Jesus Cristo varreu toda a Europa, destruindo um
Cristianismo totalmente corrompido e concedendo vida eterna a milhões de almas
perdidas.
No último dia de Outubro de 1517, Martinho Lutero, um professor de universidade
na Alemanha, publicou 95 proposições para debate na porta do Castelo-Igreja de
Wittenberg. Alguém pegou as proposições em latim de Lutero, traduziu para o alemão,
imprimiu-as, e distribui ao povo. Lutero pretendia um debate eclesiástico e acadêmico;
Deus pretendia salvar almas, promover o seu reino, e mudar radicalmente o curso da
história mundial.
Menos de um ano depois, Lutero foi intimado a aparecer diante do núncio papal,
um italiano chamado Jacopo di Vio de Gaeta, que chama a si mesmo de Cardeal Thomas
Cajetan, em Augsburgo. Gabriel Venetus em Roma tinha ordenado que Lutero fosse
capturado, “preso em correntes, cadeados e algemas”, e enviado imediatamente para Roma,
mas o Eleitor Frederico interveio sobre o princípio que os alemães não deveriam ser
julgados em tribunais estrangeiros. Em Augsburgo Cajetan demandou que Lutero retratasse
todas as críticas sobre as indulgências. Quando Lutero recusou, Cajetan explodiu em raiva,
mas Lutero foi novamente protegido da ira da “Santa Igreja Apostólica” pelo Eleitor
Frederico. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo Papa. Em 10 de dezembro de 1520,
Lutero queimou publicamente a bula papal de excomunhão e a lei canônica em desafio
aberto à autoridade da Igreja.
O Imperador de 20 anos de idade, Charles V, do Santo Império Romano, uma
pessoa devota e fiel à Igreja Católica, intimou agora que Lutero aparecesse diante da Dieta
de Worms para enfrentar a ira unida da Igreja e do Estado. Ali, diante de príncipes, nobres,
bispos e o próprio Imperador, todos reunidos, Lutero encarou esse grande desafio: A
pompa e poder reunido da Igreja medieval e do Estado estavam preparados contra ele. As
tradições, dogmas e práticas de um milênio estavam ali para julgá-lo, um javali selvagem
correndo na vinha de Deus, nas palavras do Papa que reinava. O porta-voz dos Poderes
exigiu que Lutero renunciasse seus escritos – ensaios tais como O Cativeiro Babilônico da
Igreja, Carta Aberta à Nobre Cristã da Nação Alemã e A Liberdade do Cristão. Para a surpresa de
quase todo o mundo, e insulto do representante do Papa, Lutero pediu um dia para pensar,
o que o Imperador concedeu.
Lutero, talvez melhor que a maioria dos eruditos desde aquele tempo, entendeu a
importância daquela assembléia, daquela pergunta e sua respectiva resposta. Por mil anos a
Igreja Romana tinha reivindicado e reforçado um monopólio sobre Deus e a verdade, pelo
menos naquele pequeno anexo da terra eurasiana chamada Europa Ocidental. A Igreja
alegava insolentemente que era o único repositório da revelação sobre a Terra, a autora da
própria Escritura, dona de tradições tão celestiais que os apóstolos jamais escreveram, a
guardiã da teosofia dos cristãos, e representante de Deus sobre a Terra. O desenvolvimento
de seu dogma era a revelação da própria Verdade, e ela não poderia errar. Por milhares de
anos, milhões de pessoas tinham crido nessas alegações megalomaníacas. Reis, príncipes e
Imperadores foram intimidados e humilhados pela Igreja. Quando Lutero enfrentou os
poderes reunidos em Worms, estava confrontando não meramente o Imperador atual e o
bispo que reinava então, mas milhares de anos de história. Ele queria que sua resposta fosse
lembrada por outros milhares de anos.