MÚSICA COMO PROCLAMAÇÃO E LOUVOR
Lutero via, antes de tudo, a música como um dom de Deus. Mas este
dom não tinha um fim em si mesmo. Ele deveria servir para o louvor e a
glória do criador, de modo especial para a proclamação de sua Palavra.
Portanto, para Lutero a música tinha um fim doxológico: louvar a Deus, o
Criador, do qual todas as coisas provêm, e proclamar a redenção da
humanidade através da obra expiatória de Jesus Cristo.
Falando da propriedade em unir texto e música para a glória de Deus,
Lutero afirma:
Assim não era sem razão que os pais e os profetas não queriam nada mais
a ser associado mais estritamente com a palavra de Deus do que a música.
Por isso, temos tantos hinos e Salmos onde a mensagem e a música [Sermo
et vox] juntam-se para mover a alma do ouvinte ... Afinal o dom da
linguagem combinada com o dom do canto somente foi dado ao homem
para deixá-lo saber que ele deveria louvar a Deus não só com palavras,
mas também com música, a saber, pela proclamação [da palavra de Deus]
através da música e pelo providenciar de doces melodias com palavras.
Em sua carta a Ludovico Senfel, Lutero enfatiza o ponto de vista de que
a música é singular entre as artes para a proclamação do evangelho.
Esta é a razão por que os profetas não fizeram uso de uma arte
exceto música; quando expuseram sua teologia eles não a fizeram
como geometria, nem como aritmética, nem como astronomia, mas
como música, de maneira que eles seguraram teologia e música o
mais firmemente conectados, e proclamaram a verdade através de
Salmos e canções.
Lutero achava que a palavra, pregada poderosamente pelos apóstolos,
continua a ser “pregada” de diversas maneiras, incluindo a música. “[O
evangelho] tem sido pregado rica e claramente; ele foi enfatizado
magistralmente e poderosamente pelos apóstolos: agora é anunciado em
toda parte pela palavra da boca e com a pena; ele é escrito, cantado, pintado,
etc.”. As artes enfatizam a veracidade da palavra: “A palavra de Deus é
apresentada tão poderosa, lúcida e claramente na pregação, no canto, na
fala, na escrita e na pintura que eles [reis príncipes e senhores nas terras
germânicas] têm que reconhecer que ela é a verdadeira palavra de Deus”.
Josquim, um dos compositores favoritos de Lutero, serve como meio de
proclamação do evangelho: “Deus tem pregado o evangelho através da
música também, com pode ser visto em Josquin, de quem todas as
composições fluem livremente, tranqüilamente e alegremente, não são
forçadas ou limitadas por regras e são quais o canto do tentilhão”.
Em seu ”Tratado das Boas Obras” (1520), Lutero acha que “depois da fé não
podemos fazer obra maior do que louvar, pregar, cantar e sobre todos os aspectos
enaltecer e magnificar a glória honra e nome de Deus”. No comentário sobre o
Salmo 147, Lutero sumariza: “Deus não exige grandes sacrifícios ou preciosos
tesouros de grande valor para sua bênção. Não, ele solicita a obra mais fácil de
todas, a saber, cantar e louvar”. E em suas “preleções sobre Isaías, Capítulos
40-60”, ele diz que o culto do Novo Testamento “não é nada mais que canto,
louvor e agradecimento. Esta é uma canção singular. Deus não se preocupa por
nossos sacrifícios e obras. Ele está satisfeito com o sacrifício de louvor”.
Lutero adverte sobre a importância do conteúdo: “A ninguém tenho sobre
quem cantar e entoar senão somente a Cristo, em quem tenho tudo.
Somente eu proclamo, nele somente me glorio, por que ele se tornou minha
Salvação, isto é, minha vitória”.86 O canto cristão não se caracteriza por
ênfase em virtudes humanas mas tão-somente na graça de Deus revelada
em Cristo. “Eles [os justificados] louvam somente a graça, as obras, as
palavras e o poder de Deus como lhes são revelados em Cristo. Este é seu
sermão e canto, seu hino de louvor”.
Não é possível ficar quieto diante da graça de Deus; a proclamação
através do canto faz parte da vida cristã.
Pois Deus alegrou nosso coração e ânimo por meio do seu Filho
amado, o qual ele nos deu para a redenção de pecados, morte e
diabo. Quem nisso crer seriamente, não pode deixar de ficar contente
e decantá-lo e anunciá-lo com vontade, que também outros o ouçam
e se acheguem. Mas quem não quer decantá-lo e anunciá-lo, isto é
sinal de que não o crê e não faz parte do novo e alegre testamento,
mas do antigo, preguiçoso e indisposto testamento.
Concluindo seu comentário sobre 1 Coríntios 15, Lutero enfatiza o
imperativo para os cristãos cantarem sua fé:
E agora São Paulo apropriadamente conclui com uma canção que
ele canta: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de
nosso Senhor Jesus Cristo”. Nós podemos nos juntar a esta canção
e desta maneira sempre celebrar a Páscoa, louvando e exaltando
Deus pela vitória que não foi conquistada ou adquirida em batalha
por nós ... mas nos foi presenteada e dada pela graça de Deus ...
Precisamos guardar isto em nosso coração em fé firme e confirmarmos
nisto e sempre ser absorvidos em tal mensagem de
agradecimento e cantar desta vitória de Cristo.
Lutero não se preocupava em fazer diferença entre “cantar e dizer”;
ambos são resultados de uma canção alegre no coração dos redimidos,
como ilustra o seu hino de Natal:
Dos altos céus eu venho,
trago-vos boa novidade,
tanta novidade trago,
dela quero falar e cantar.
A respeito da visão de Lutero sobre o paradigma da música como
proclamação e louvor, Schalk conclui:
Música como louvor e proclamação doxológicas era um segundo
poderoso paradigma no pensamento de Lutero sobre a música na
vida do povo de Deus. Era num sentido, um segundo passo lógico
do entendimento da música como criação de Deus e boa dádiva de
Deus ao povo. Em contraste com alguns outros reformadores, que
viam a música como potencialmente sempre problemática e em
necessidade de cuidadoso controle e direção, Lutero, na liberdade
do evangelho, podia exultar neste dom de Deus, regozijando em seu
[da música] poder de louvar seu criador e gloriar-se em sua [da
música] habilidade de tocar o coração e mente do povo enquanto proclamava o Evangelho.
Lutero via, antes de tudo, a música como um dom de Deus. Mas este
dom não tinha um fim em si mesmo. Ele deveria servir para o louvor e a
glória do criador, de modo especial para a proclamação de sua Palavra.
Portanto, para Lutero a música tinha um fim doxológico: louvar a Deus, o
Criador, do qual todas as coisas provêm, e proclamar a redenção da
humanidade através da obra expiatória de Jesus Cristo.
Falando da propriedade em unir texto e música para a glória de Deus,
Lutero afirma:
Assim não era sem razão que os pais e os profetas não queriam nada mais
a ser associado mais estritamente com a palavra de Deus do que a música.
Por isso, temos tantos hinos e Salmos onde a mensagem e a música [Sermo
et vox] juntam-se para mover a alma do ouvinte ... Afinal o dom da
linguagem combinada com o dom do canto somente foi dado ao homem
para deixá-lo saber que ele deveria louvar a Deus não só com palavras,
mas também com música, a saber, pela proclamação [da palavra de Deus]
através da música e pelo providenciar de doces melodias com palavras.
Em sua carta a Ludovico Senfel, Lutero enfatiza o ponto de vista de que
a música é singular entre as artes para a proclamação do evangelho.
Esta é a razão por que os profetas não fizeram uso de uma arte
exceto música; quando expuseram sua teologia eles não a fizeram
como geometria, nem como aritmética, nem como astronomia, mas
como música, de maneira que eles seguraram teologia e música o
mais firmemente conectados, e proclamaram a verdade através de
Salmos e canções.
Lutero achava que a palavra, pregada poderosamente pelos apóstolos,
continua a ser “pregada” de diversas maneiras, incluindo a música. “[O
evangelho] tem sido pregado rica e claramente; ele foi enfatizado
magistralmente e poderosamente pelos apóstolos: agora é anunciado em
toda parte pela palavra da boca e com a pena; ele é escrito, cantado, pintado,
etc.”. As artes enfatizam a veracidade da palavra: “A palavra de Deus é
apresentada tão poderosa, lúcida e claramente na pregação, no canto, na
fala, na escrita e na pintura que eles [reis príncipes e senhores nas terras
germânicas] têm que reconhecer que ela é a verdadeira palavra de Deus”.
Josquim, um dos compositores favoritos de Lutero, serve como meio de
proclamação do evangelho: “Deus tem pregado o evangelho através da
música também, com pode ser visto em Josquin, de quem todas as
composições fluem livremente, tranqüilamente e alegremente, não são
forçadas ou limitadas por regras e são quais o canto do tentilhão”.
Em seu ”Tratado das Boas Obras” (1520), Lutero acha que “depois da fé não
podemos fazer obra maior do que louvar, pregar, cantar e sobre todos os aspectos
enaltecer e magnificar a glória honra e nome de Deus”. No comentário sobre o
Salmo 147, Lutero sumariza: “Deus não exige grandes sacrifícios ou preciosos
tesouros de grande valor para sua bênção. Não, ele solicita a obra mais fácil de
todas, a saber, cantar e louvar”. E em suas “preleções sobre Isaías, Capítulos
40-60”, ele diz que o culto do Novo Testamento “não é nada mais que canto,
louvor e agradecimento. Esta é uma canção singular. Deus não se preocupa por
nossos sacrifícios e obras. Ele está satisfeito com o sacrifício de louvor”.
Lutero adverte sobre a importância do conteúdo: “A ninguém tenho sobre
quem cantar e entoar senão somente a Cristo, em quem tenho tudo.
Somente eu proclamo, nele somente me glorio, por que ele se tornou minha
Salvação, isto é, minha vitória”.86 O canto cristão não se caracteriza por
ênfase em virtudes humanas mas tão-somente na graça de Deus revelada
em Cristo. “Eles [os justificados] louvam somente a graça, as obras, as
palavras e o poder de Deus como lhes são revelados em Cristo. Este é seu
sermão e canto, seu hino de louvor”.
Não é possível ficar quieto diante da graça de Deus; a proclamação
através do canto faz parte da vida cristã.
Pois Deus alegrou nosso coração e ânimo por meio do seu Filho
amado, o qual ele nos deu para a redenção de pecados, morte e
diabo. Quem nisso crer seriamente, não pode deixar de ficar contente
e decantá-lo e anunciá-lo com vontade, que também outros o ouçam
e se acheguem. Mas quem não quer decantá-lo e anunciá-lo, isto é
sinal de que não o crê e não faz parte do novo e alegre testamento,
mas do antigo, preguiçoso e indisposto testamento.
Concluindo seu comentário sobre 1 Coríntios 15, Lutero enfatiza o
imperativo para os cristãos cantarem sua fé:
E agora São Paulo apropriadamente conclui com uma canção que
ele canta: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de
nosso Senhor Jesus Cristo”. Nós podemos nos juntar a esta canção
e desta maneira sempre celebrar a Páscoa, louvando e exaltando
Deus pela vitória que não foi conquistada ou adquirida em batalha
por nós ... mas nos foi presenteada e dada pela graça de Deus ...
Precisamos guardar isto em nosso coração em fé firme e confirmarmos
nisto e sempre ser absorvidos em tal mensagem de
agradecimento e cantar desta vitória de Cristo.
Lutero não se preocupava em fazer diferença entre “cantar e dizer”;
ambos são resultados de uma canção alegre no coração dos redimidos,
como ilustra o seu hino de Natal:
Dos altos céus eu venho,
trago-vos boa novidade,
tanta novidade trago,
dela quero falar e cantar.
A respeito da visão de Lutero sobre o paradigma da música como
proclamação e louvor, Schalk conclui:
Música como louvor e proclamação doxológicas era um segundo
poderoso paradigma no pensamento de Lutero sobre a música na
vida do povo de Deus. Era num sentido, um segundo passo lógico
do entendimento da música como criação de Deus e boa dádiva de
Deus ao povo. Em contraste com alguns outros reformadores, que
viam a música como potencialmente sempre problemática e em
necessidade de cuidadoso controle e direção, Lutero, na liberdade
do evangelho, podia exultar neste dom de Deus, regozijando em seu
[da música] poder de louvar seu criador e gloriar-se em sua [da
música] habilidade de tocar o coração e mente do povo enquanto proclamava o Evangelho.