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O Cristão e o Jejum

3/8/2016

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"Quando jejuardes não vos mostreis contristados como os hipócritas...." (Mateus 6.16). Com estas palavras, Jesus, no último dos seus três exemplos da verdadeira piedade em contraste com a postura vazia dos escribas e fariseus. Seus ouvintes são, de novo, chamados a dirigirem seus corações a Deus e longe de si mesmos. Desta vez, o veículo de sua mensagem é o jejum.
O jejum era uma parte estabelecida na adoração do Velho Testamento. Havia apenas um único jejum público ordenado, o Dia da Expiação (Levítico 16.19-31), mas em tempos de crises especiais, tanto a nação inteira (2 Crônicas 20.3; Esdras 8.21; Neemias 9.1) como os indivíduos, jejuavam (2 Samuel 12.16; Neemias 1.4; Salmos 35.13; 69.10). Nos anos do cativeiro, alguns novos jejuns foram evidentemente adicionados para comemorar as calamidades que aconteceram à nação, nas mãos dos babilônicos (Zacarias 8.19). Nos dias de Jesus, os fariseus tinham tornado o jejum privado em uma rotina habitual de jejum duas vezes por semana (Lucas 18.12).
A prática do jejum em Israel tinha um propósito espiritual. Esta abstinência de alimentos por breves períodos (usualmente um dia) nunca se pretendeu que fosse ascética ou terapêutica. Ele era apenas um meio de humilhar o espírito diante de Deus, em tempos de grande aflição (Salmo 69.10), e tinha uma quase inseparável ligação com a oração (Jeremias 14.12). O jejum era uma expressão de tristeza e se dizia que ele "aflija a alma" (Isaías 58.5). Ele era portanto acompanhado frequentemente, no Velho Testamento, com os costumeiros sinais de luto: o uso de roupa de pano de saco e a cobertura de si mesmo com pó e cinzas (Neemias 9.1; Ester 5.1; Daniel 9.3).
Infelizmente, até mesmo o jejum do Dia da Expiação, que era para ser uma expressão nacional de humilde contrição pelos pecados de Israel, frequentemente se tornava nada mais do que um ritual vazio. "Eis que", disse Deus através de Isaías, jejuais para contendas e rixas. . . jejuando assim como hoje não se fará ouvir a vossa voz no alto" (58.4). A história do Velho Testamento se encerra com esta magoada pergunta do Senhor ao seu povo: "Quando jejuastes e pranteastes. . . foi para mim que jejuastes?" (Zacarias 7.5).
Foi no espírito dos profetas hebreus que Jesus repreendeu o mecânico jejum dos fariseus. Sua farsa infantil, a cara triste, a higiene negligenciada, era tudo com um só fim: "parecer aos homens que jejuam..." (Mateus 6.16,18). O pecado dos "hipócritas" não estava na tristeza de suas faces ou na sua aparência desalinhada. Tal comportamento poderia, naturalmente, caracterizar o genuíno penitente que estava cativo da aflição da sua alma. O seu pecado não estava no fato de que outros soubessem que eles estavam jejuando. Jesus já havia esclarecido que Deus pode ser glorificado quando outros vêem nossas boas obras (Mateus 5.16). O desastre ocorre quando fazemos nossas boas obras para obter glória para nós mesmos. Não é a adoração pública que Ele reprova, mas a adoração para publicidade.
O ponto que Jesus faz em sua ilustração da verdadeira piedade para com Deus é evidentemente claro, mas o assunto do próprio jejum tem sido a fonte de perguntas. O Senhor pretendia ordenar o jejum para os cidadãos do Reino ou estava Ele simplesmente falando aos seus seguidores judeus em termos que eles pudessem entender (por exemplo, "a oferta ao altar", Mateus 5.23-24)? Ele foi certa vez criticado pelos seus modos festivos e pela falha de seus discípulos em jejuarem como faziam os fariseus e os discípulos de João (Marcos 2.18-22). Sua resposta foi que jejuarem seus discípulos enquanto Ele ainda estava com eles seria tão impróprio como prantear em um casamento. Mas, Ele disse, quando Ele não estivesse mais lá, sua tristeza os levaria a jejuar. Tudo isto nos diz que os discípulos de Jesus não praticavam o jejum como um ato de devoção habitual. Diz-nos também que Jesus via o jejum como a expressão natural de tristeza e profunda preocupação e o achava impróprio para um tempo de alegria. Sua declaração de que seus discípulos haveriam de jejuar quando Ele fosse afastado deveria ser entendida, não como um mandamento, mas como o reconhecimento de uma aflição que estava por vir. Mesmo isto não pode ser usado para descrever todo o período messiânico. Naquele tempo, Deus prometeu que seus jejuns se tornariam em alegres festas (Zacarias 8.19).
O que é evidente, quando lidamos com a relação dos cristãos com o jejum é que Jesus não instituiu nenhum dia de jejum para a Igreja, quer público, quer privado. Não há também, nenhuma indicação de que ordenou o jejum como um ato usual de devoção. O que Ele ensinou é que haverá tempos de profunda preocupação, quando o jejum será um companheiro natural de nossas orações. Isto parece ser exatamente o que era praticado na Igreja de Antioquia, e por Paulo e Barnabé (Atos 13.3; 14.23) e deveria ser nosso guia atualmente.
O ativismo natural da mente ocidental nos levou a gastar pouco tempo em oração e na simples contemplação de Deus e sua Palavra. Nossos labores seriam, provavelmente, muito mais frutíferos se gastássemos mais tempo em meditação e oração pensativa antes de começarmos nosso trabalho. E se a natureza crítica de nossas petições nos levassem a humilhar-nos diante de Deus e colocarmos nossos corações totalmente sobre Ele pelo jejum, nada impróprio terá acontecido. O único cuidado de nosso Salvador é que adoremos a Deus por Ele mesmo e não por nossa orgulhosa ostentação.
Graça e Paz!
​Pr. Afonso Tavares

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