O BEM FUTURO OU A NOSSA FRENTE
Aos que não são cristãos pouca consolação se pode dar dos bens futuros em seus males, porque todas as coisas são incertas, ainda que nisso seja provocador de grande inquietação aquele sentimento que se chama esperança, muito conhecida, pela qual recebemos a ordem de esperar coisas melhores na mútua consolação humana; pelo que também somos levados, com muita frequência a empreender grandes coisas ao incerto, sim, sendo sempre enganados, como ensina Cristo no Evangelho segundo Lucas 12.18,21ss. A respeito daquele que disse a sua alma: “Destruirei meus silos, e construirei maiores, e direi a minha alma: Descansa, come, bebe, festeja, alma minha; tens muitos bens para muitos anos. Disse-lhe, porém, Deus: Estulto, nesta noite pedirão de ti tua alma, e o que preparaste, de quem será? Assim é aquele que ajunta tesouros e não é rico para com Deus”.
Não obstante, Deus não abandonou os filhos dos seres humanos a tal ponto que não os consolasse com o sentimento de que o mal será removido e que o bem tomará o seu lugar; ainda que estejam na incerteza quanto ao futuro, assim mesmo esperam na certeza, pelo que são sustentados neste ínterim, para não acontecer que, no desespero pelo mal que lhes advém, não suportem o mal presente e façam coisas ainda piores. Por essa razão, mesmo este sentimento de esperança é dom de Deus, não que Deus quisesse que eles se apoiassem nela, mas no sentido de chamar a atenção para aquela esperança sólida que confia só nEle. Pois Ele é longânimo para conduzi-los à penitência, como está escrito em Rm 2.4, e também não permite que todos sejam enganados por esta esperança falaz, para ver se de algum modo voltam à razão e chegam à esperança de verdade.
Além desses bens, porém, estão reservados aos cristãos mais dois outros bens máximos, que lhes pertencerão com certeza no futuro, no entanto, através de morte e sofrimentos. É verdade que também eles se alegram naquela esperança comum incerta de que o mal presente acabará e que o bem contrário aumentará, ainda que não seja isso que os preocupe tanto, a não ser que seu próprio bem aumente, bem este que é a verdade em Cristo, no qual crescem dia a dia, por causa do qual vivem e esperam. Mas além disso, disse eu, eles têm dois bens máximos futuros na morte: Primeiro, que com a morte se põe um termo a toda a tragédia dos males desta vida, como está escrito: “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos” (Sl 116.15) e: “Nele dormirei em paz e descansarei” (Sl 4.9), e ainda: “se o justo for surpreendido pela morte,estará no refrigério” (Sl 4.7), ao passo que para os ímpios a morte é o início dos males, com está escrito: “A morte dos pecadores é a pior” (Sl 34.22), e: “Ao homem injusto os males assaltarão na morte”. (Sl 140.11) Assim será consolado Lázaro que aqui recebeu seus males, enquanto o glutão será torturado, porque recebeu aqui seus bens. Deste modo acontece que o cristão, quer morra, quer viva, está sempre em situação melhor. Por isso é coisa bem-aventurada ser cristão e crer em Cristo. Razão por que diz Paulo: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fl.1.21) e em Rm14.8: “O que vive, vive para o Senhor; o que morre, morre para o Senhor; quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.Esta segurança Cristo no-la obteve porque morreu e ressuscitou, para ser Senhor dos vivos e dos mortos, capaz de nos oferecer segurança tanto na vida quanto na morte, conforme diz em Sl 23.4: “ Se andar em meio à sombra da morte, não temerei os males, pois tu estás comigo”. Se, porém, tal lucro na morte pouco efeito produz em nós, isto é sinal de que a fé em Cristo está fraca em nós, que ela não avalia devidamente o valor e o lucro da boa morte ou não acredita que a morte é boa, impedida que está pelo velho ser humano ainda excessivamente vivo e pela sabedoria da carne. Por isso é preciso esforçar-nos para que cheguemos ao ponto de reconhecer este benefício da morte e de amá-lo. É uma grande coisa o fato de a morte, o pior mal para outros, se tornar para nós o maior lucro. E se Cristo não nos tivesse concedido isto, que teria feito que fosse digno de tão grande empenho de si mesmo? Evidentemente é uma obra divina a que ele realizou; por isso não admira que tenha transformado o mal da morte no bem máximo.
Em consequência, para os fiéis a morte já está morta e não tem nada de terrível, exceto a aparência e a máscara. Da mesma forma a serpente morta ainda em seu terrível aspecto anterior, mas na verdade ficou ali apenas a aparência externa e um mal morto e já inócuo. Sim, da mesma forma como em Nm 21.8s. Ele ordenou erigir uma serpente de bronze, por cujo aspecto as serpentes vivas morriam, assim também morre nossa morte pela fidelíssima contemplação da morte de Cristo, e agora nada mais aparece do que uma imagem da morte. Assim, com estas belas figuras, a misericórdia de Deus preludia a nós pessoas fracas que a morte, ainda que não deva ser afastada, assim mesmo está esvaziada a tão somente uma aparência de seu poder, razão porque as Escrituras preferem chamá-lo de sono em vez de morte. O segundo bem da morte é que ela não só põe um termo aos males dos castigos da vida, mas, o que é de proveito ainda maior, põe um fim nos vícios e pecados, o que torna a morte bem mais desejável às almas fiéis, como dissemos acima, do que o bem já referido, visto que os males da alma, os pecados, são incomparavelmente piores do que os males do corpo. Se compreendêssemos essas coisas, só elas já seriam suficientes para tornar-nos a morte amabilíssima. Se, porém, não o fazem é sinal de que não sentimos nem odiamos os males de nossa alma o suficiente. Visto que esta vida é extremamente perigosa, assediados que estamos de todos os lados pelo pecado escorregadiço, e que não podemos viver sem pecado, a excelente morte nos liberta desses perigos e arranca de nós o pecado até as mais profundas raízes, razão por que Sb 4.10 ss. discursa para o louvor do justo: “ Agradando a Deus, fez-se amado e, vivendo entre pecadores, foi trasladado. Foi arrebatado para que a malícia não mudasse o seu intelecto, ou as ideias fictícias não enganassem sua alma. Pois a fascinação da frivolidade obscurece as coisas boas, e a inconstância da concupiscência perverte o espírito sem malícia (oh, quanto isso é verdade e frequente!). Consumado em breve, completou muito tempo. Pois sua alma era agradável a Deus, por isso apressou-se a tirá-lo do meio da iniquidade”.
Assim (pela misericórdia de Deus) a morte, que foi o castigo para o pecado do ser humano, se tronou para o cristão o fim do pecado e o começo da vida e da justiça. Por isso, quem ama a vida e a justiça não deve apavorar-se diante da ministra e oficina das mesmas, a morte, mas amá-la. De outro modo jamais alcançará nem a vida nem a justiça. Quem, entretanto, não o pode, ore a Deus para que o possa. Pois somos ensinados a dizer: “Seja feita tua vontade” (Mt 6.10) porque de nós mesmos somos incapazes de fazê-la, nós que, temendo a morte, amamos mais a morte e o pecado do que a vida e a justiça. Pois que Deus ordenou a morte para extinção do pecado, pode ser concluído também do fato de, logo após o pecado, ter imposto a Adão a morte como emenda do pecado, e isso antes de expulsá-lo do paraíso, para nos mostrar que a morte não nos causa mal nenhum, mas todo o bem, visto que no paraíso foi imposta como penitência e satisfação. Pois é verdade que a morte entrou no orbe terrestre por causa da inveja do diabo, mas foi a exímia bondade de Deus que não só permitiu à morte assim ingressa que causasse prejuízo, mas, mantida cativa, a destinou a ser pena e morte para o pecado logo desde seu início.
Isso significou que, tendo permitido a morte de Adão no mandamento, não silenciou depois, mas impôs a morte uma vez mais, moderando, porém, o rigor do mandamento, inclusive não lembrando a morte com uma sílaba sequer, mas dizendo apenas: “Tu és pó, e ao pó tornarás” e até que voltes à terra da qual foste tomado” (Gn 3.19), como se já então tivesse tanto ódio à morte que não queria dignar-se sequer a mencioná-la, segundo aquela palavra: “Pois a ira está em sua indignação e a vida em sua vontade” (Sl 30.6), como se quisesse dizer que, se a morte não tivesse sido necessária para abolição do pecado, ele não quereria tomar conhecimento dela nem nomeá-la, muito menos impô-la. A tal ponto, por outro lado, chegou a rivalidade de Deus contra o pecado, por ter causado a morte, que outra coisa não faz do que armar a própria morte contra ele, para que aqui se veja o que diz o poeta: “O artífice da morte morre por sua própria arte”; o pecado se arruína por seu próprio fruto e é assassinado pela morte que ele próprio gerou, tal como a víbora é morta por sua própria prole. Este é o mais belo espetáculo: Ver como o pecado é arruinado não por obra alheia, mas por sua própria obra, degolado por sua própria espada e, como Golias, decapitado por sua própria espada. Pois também Golias foi uma figura do pecado, um gigante terrível para todos, exceto para o pequeno Davi, isto é, Cristo, que prostrou sozinho, tendo-o decapitado com sua própria espada, pois, como diz em 1 Rs 21, não havia espada melhor do que a de Golias.
Se, portanto, meditarmos nessas alegrias do poder de Cristo e nos dons de sua graça, como nos atormentará um mal pequeno quando vemos tão grandes bens num mal futuro tão grande?
OBRAS SELECIONADAS DE LUTERO V2 TÁBUA 2 CAPÍTULO 2 “O PROGRAMA DA REFORMA”
Aos que não são cristãos pouca consolação se pode dar dos bens futuros em seus males, porque todas as coisas são incertas, ainda que nisso seja provocador de grande inquietação aquele sentimento que se chama esperança, muito conhecida, pela qual recebemos a ordem de esperar coisas melhores na mútua consolação humana; pelo que também somos levados, com muita frequência a empreender grandes coisas ao incerto, sim, sendo sempre enganados, como ensina Cristo no Evangelho segundo Lucas 12.18,21ss. A respeito daquele que disse a sua alma: “Destruirei meus silos, e construirei maiores, e direi a minha alma: Descansa, come, bebe, festeja, alma minha; tens muitos bens para muitos anos. Disse-lhe, porém, Deus: Estulto, nesta noite pedirão de ti tua alma, e o que preparaste, de quem será? Assim é aquele que ajunta tesouros e não é rico para com Deus”.
Não obstante, Deus não abandonou os filhos dos seres humanos a tal ponto que não os consolasse com o sentimento de que o mal será removido e que o bem tomará o seu lugar; ainda que estejam na incerteza quanto ao futuro, assim mesmo esperam na certeza, pelo que são sustentados neste ínterim, para não acontecer que, no desespero pelo mal que lhes advém, não suportem o mal presente e façam coisas ainda piores. Por essa razão, mesmo este sentimento de esperança é dom de Deus, não que Deus quisesse que eles se apoiassem nela, mas no sentido de chamar a atenção para aquela esperança sólida que confia só nEle. Pois Ele é longânimo para conduzi-los à penitência, como está escrito em Rm 2.4, e também não permite que todos sejam enganados por esta esperança falaz, para ver se de algum modo voltam à razão e chegam à esperança de verdade.
Além desses bens, porém, estão reservados aos cristãos mais dois outros bens máximos, que lhes pertencerão com certeza no futuro, no entanto, através de morte e sofrimentos. É verdade que também eles se alegram naquela esperança comum incerta de que o mal presente acabará e que o bem contrário aumentará, ainda que não seja isso que os preocupe tanto, a não ser que seu próprio bem aumente, bem este que é a verdade em Cristo, no qual crescem dia a dia, por causa do qual vivem e esperam. Mas além disso, disse eu, eles têm dois bens máximos futuros na morte: Primeiro, que com a morte se põe um termo a toda a tragédia dos males desta vida, como está escrito: “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos” (Sl 116.15) e: “Nele dormirei em paz e descansarei” (Sl 4.9), e ainda: “se o justo for surpreendido pela morte,estará no refrigério” (Sl 4.7), ao passo que para os ímpios a morte é o início dos males, com está escrito: “A morte dos pecadores é a pior” (Sl 34.22), e: “Ao homem injusto os males assaltarão na morte”. (Sl 140.11) Assim será consolado Lázaro que aqui recebeu seus males, enquanto o glutão será torturado, porque recebeu aqui seus bens. Deste modo acontece que o cristão, quer morra, quer viva, está sempre em situação melhor. Por isso é coisa bem-aventurada ser cristão e crer em Cristo. Razão por que diz Paulo: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fl.1.21) e em Rm14.8: “O que vive, vive para o Senhor; o que morre, morre para o Senhor; quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.Esta segurança Cristo no-la obteve porque morreu e ressuscitou, para ser Senhor dos vivos e dos mortos, capaz de nos oferecer segurança tanto na vida quanto na morte, conforme diz em Sl 23.4: “ Se andar em meio à sombra da morte, não temerei os males, pois tu estás comigo”. Se, porém, tal lucro na morte pouco efeito produz em nós, isto é sinal de que a fé em Cristo está fraca em nós, que ela não avalia devidamente o valor e o lucro da boa morte ou não acredita que a morte é boa, impedida que está pelo velho ser humano ainda excessivamente vivo e pela sabedoria da carne. Por isso é preciso esforçar-nos para que cheguemos ao ponto de reconhecer este benefício da morte e de amá-lo. É uma grande coisa o fato de a morte, o pior mal para outros, se tornar para nós o maior lucro. E se Cristo não nos tivesse concedido isto, que teria feito que fosse digno de tão grande empenho de si mesmo? Evidentemente é uma obra divina a que ele realizou; por isso não admira que tenha transformado o mal da morte no bem máximo.
Em consequência, para os fiéis a morte já está morta e não tem nada de terrível, exceto a aparência e a máscara. Da mesma forma a serpente morta ainda em seu terrível aspecto anterior, mas na verdade ficou ali apenas a aparência externa e um mal morto e já inócuo. Sim, da mesma forma como em Nm 21.8s. Ele ordenou erigir uma serpente de bronze, por cujo aspecto as serpentes vivas morriam, assim também morre nossa morte pela fidelíssima contemplação da morte de Cristo, e agora nada mais aparece do que uma imagem da morte. Assim, com estas belas figuras, a misericórdia de Deus preludia a nós pessoas fracas que a morte, ainda que não deva ser afastada, assim mesmo está esvaziada a tão somente uma aparência de seu poder, razão porque as Escrituras preferem chamá-lo de sono em vez de morte. O segundo bem da morte é que ela não só põe um termo aos males dos castigos da vida, mas, o que é de proveito ainda maior, põe um fim nos vícios e pecados, o que torna a morte bem mais desejável às almas fiéis, como dissemos acima, do que o bem já referido, visto que os males da alma, os pecados, são incomparavelmente piores do que os males do corpo. Se compreendêssemos essas coisas, só elas já seriam suficientes para tornar-nos a morte amabilíssima. Se, porém, não o fazem é sinal de que não sentimos nem odiamos os males de nossa alma o suficiente. Visto que esta vida é extremamente perigosa, assediados que estamos de todos os lados pelo pecado escorregadiço, e que não podemos viver sem pecado, a excelente morte nos liberta desses perigos e arranca de nós o pecado até as mais profundas raízes, razão por que Sb 4.10 ss. discursa para o louvor do justo: “ Agradando a Deus, fez-se amado e, vivendo entre pecadores, foi trasladado. Foi arrebatado para que a malícia não mudasse o seu intelecto, ou as ideias fictícias não enganassem sua alma. Pois a fascinação da frivolidade obscurece as coisas boas, e a inconstância da concupiscência perverte o espírito sem malícia (oh, quanto isso é verdade e frequente!). Consumado em breve, completou muito tempo. Pois sua alma era agradável a Deus, por isso apressou-se a tirá-lo do meio da iniquidade”.
Assim (pela misericórdia de Deus) a morte, que foi o castigo para o pecado do ser humano, se tronou para o cristão o fim do pecado e o começo da vida e da justiça. Por isso, quem ama a vida e a justiça não deve apavorar-se diante da ministra e oficina das mesmas, a morte, mas amá-la. De outro modo jamais alcançará nem a vida nem a justiça. Quem, entretanto, não o pode, ore a Deus para que o possa. Pois somos ensinados a dizer: “Seja feita tua vontade” (Mt 6.10) porque de nós mesmos somos incapazes de fazê-la, nós que, temendo a morte, amamos mais a morte e o pecado do que a vida e a justiça. Pois que Deus ordenou a morte para extinção do pecado, pode ser concluído também do fato de, logo após o pecado, ter imposto a Adão a morte como emenda do pecado, e isso antes de expulsá-lo do paraíso, para nos mostrar que a morte não nos causa mal nenhum, mas todo o bem, visto que no paraíso foi imposta como penitência e satisfação. Pois é verdade que a morte entrou no orbe terrestre por causa da inveja do diabo, mas foi a exímia bondade de Deus que não só permitiu à morte assim ingressa que causasse prejuízo, mas, mantida cativa, a destinou a ser pena e morte para o pecado logo desde seu início.
Isso significou que, tendo permitido a morte de Adão no mandamento, não silenciou depois, mas impôs a morte uma vez mais, moderando, porém, o rigor do mandamento, inclusive não lembrando a morte com uma sílaba sequer, mas dizendo apenas: “Tu és pó, e ao pó tornarás” e até que voltes à terra da qual foste tomado” (Gn 3.19), como se já então tivesse tanto ódio à morte que não queria dignar-se sequer a mencioná-la, segundo aquela palavra: “Pois a ira está em sua indignação e a vida em sua vontade” (Sl 30.6), como se quisesse dizer que, se a morte não tivesse sido necessária para abolição do pecado, ele não quereria tomar conhecimento dela nem nomeá-la, muito menos impô-la. A tal ponto, por outro lado, chegou a rivalidade de Deus contra o pecado, por ter causado a morte, que outra coisa não faz do que armar a própria morte contra ele, para que aqui se veja o que diz o poeta: “O artífice da morte morre por sua própria arte”; o pecado se arruína por seu próprio fruto e é assassinado pela morte que ele próprio gerou, tal como a víbora é morta por sua própria prole. Este é o mais belo espetáculo: Ver como o pecado é arruinado não por obra alheia, mas por sua própria obra, degolado por sua própria espada e, como Golias, decapitado por sua própria espada. Pois também Golias foi uma figura do pecado, um gigante terrível para todos, exceto para o pequeno Davi, isto é, Cristo, que prostrou sozinho, tendo-o decapitado com sua própria espada, pois, como diz em 1 Rs 21, não havia espada melhor do que a de Golias.
Se, portanto, meditarmos nessas alegrias do poder de Cristo e nos dons de sua graça, como nos atormentará um mal pequeno quando vemos tão grandes bens num mal futuro tão grande?
OBRAS SELECIONADAS DE LUTERO V2 TÁBUA 2 CAPÍTULO 2 “O PROGRAMA DA REFORMA”