Pastor Afonso Responde!
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REINO DE DEUS, REINO DOS CÉUS

11/28/2015

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No Antigo Testamento, fala-se do futuro Reinado do Senhor e de um Reino Messiânico universal. No Antigo Testamento, o anúncio do "Reino de Deus" (ou "Reino dos Céus") que já "chegou", se constitui na proclamação inicial e no centro da mensagem de Jesus. É o Reino que chega com Ele e que Ele vem estabelecer; um Reino que já está presente e em pleno desenvolvimento, mas cuja consumação terá lugar no futuro. Não é um reino temporal, mas eterno, e não é nacional, mas universal. Não é um reino político, tal como os reinos humanos, nem um reino somente moral ou espiritual, abstrato, nem inteiramente ultraterrestre. O Reino de Deus consiste na Sua Soberania. O Seu Reino começou onde quer que se estenda a Sua Soberania e se ajuste a vida à Sua Vontade. Mas o Reino de Deus não vem nem cresce pelo esforço humano, mas pela Graça e pelo Poder do próprio Deus. O homem somente pode acatar a Sua Soberania, e, nas mãos de Deus, ser Seu colaborador (2 Coríntios 6.1), e isso somente ocorre pela ação de Deus nele. Na oração que o Senhor ensinou, as petições "Venha o Teu Reino" e "Seja feita a Tua Vontade, tanto na terra como no céu" possuem o mesmo significado.
Pr. Afonso Tavares

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November 27th, 2015

11/27/2015

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DEVO OU NÃO FAZER VOTOS COM DEUS? ISSO TEM FUNDAMENTO BÍBLICO?

11/26/2015

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Se perguntarmos quem já fez ou conhece alguma pessoa que tenha feito algum voto a Deus, certamente a resposta será sim. O voto é coerente com alguns segmentos cristãos, tanto evangélicos quanto católicos.
O voto é uma promessa feita por uma pessoa com a finalidade de obter algum favor divino, e, pago posteriormente, ou seja, é uma tentativa de "barganhar" com Deus, um sacrifício em troca de um benefício divino.
O que se promete?
Dar dinheiro a um instituição de caridade, a uma instituição religiosa, doar cestas básicas, roupas, etc.., (sacrifício financeiro ). Não quero dizer que não se deve contribuir financeiramente desta forma,para com as instituições, Igrejas onde congregamos, ou pessoas necessitadas, mas que devemos fazer isso por amor, e, não por interesse. Afinal, temos como oferecer algo a Deus que não seja dEle primeiramente? Jó 41.11 diz:"Quem primeiro me deu, para que Eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu". Ou Salmo 24.1: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam".
Outros tipos de votos, são os chamados "sacrifícios espirituais": Ler a Bíblia diariamente, acordar de madrugada para orar, sair pregando pelo mundo, etc..
Há ainda outros, muito bizarros, chamados "sacrifícios físicos": Subir escadas de joelhos, ir a algum lugar considerado "sagrado", ficar sem depilar por anos (no caso de mulheres), ou não cortar a barba e ou os cabelos por longos períodos (no caso de homens).
As motivações para os votos são muitas (casa própria, empresa, carro novo, emprego bom, ter filhos, ver um familiar largar das drogas, etc.,).
Vamos mostrar os argumentos dos que defendem os votos e refletir neles para chegarmos à uma conclusão bíblica. Julgue por si mesmo, se o voto é coerente com o evangelho ou não:
Jefté, Jacó e Ana realizaram votos a Deus, logo, podemos (e alguns dizem que devemos) seguir esses exemplos.
Jefté (Juízes 11) Conduziu os israelitas na vitória sobre os filhos de Amom. Fez um voto inconsequente e irresponsável: "Aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do Senhor, e o oferecerei em holocausto. Vindo, pois, Jefté a Mispa, a sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e ela era só, a única; não tinha outro filho nem filha" (Juízes 11.32-33). 
Note que o holocausto realizado por Jefté, foi recusado por Deus em Isaque.
Jacó: Gênesis 28.20-22 prometeu dar os dízimos. Podemos considerar que foi uma profecia, que foi cumprida posteriormente por todo o Israel, mas Deus não pediu isso a Jacó, pois independentemente do seu voto Deus já havia dito que lhe abençoaria.
Ana: Fez um voto a Deus, sendo ela estéril, caso tivesse um filho, ele seria dedicado ao Senhor, seria entregue no templo e seus cabelos e barba não seriam cortados.
O que dizer desses casos?
Primeiro: Foram manifestações individuais e exclusivamente humanas. Deus não os instruiu a votar, nem condicionou suas conquistas aos votos que fizeram.
Segundo: A relação de Deus com Israel baseava-se na obediência e cumprimento de obrigações para, que Deus lhes concedesse benefícios. 
Esse tipo de relação findou-se com o sacrifício de Cristo na Cruz, pelos méritos de Cristo, independentemente de nossos méritos ou atos e sim, do que Cristo fez por nós na Cruz e tudo o que recebemos é pela Graça (favor imerecido).
Portanto, esses exemplos no contexto israelita não serve para nós que somos a Igreja de Deus.
Eclesiastes 5 "ensina que quando fizermos um voto, devemos cumpri-lo". Tudo o que está neste capítulo e Livro se aplica a todos os homens em todas as épocas?
1 Coríntios 6.19 diz que não somos de nós mesmos. Hebreus 8.2-3 afirma que temos um Ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que constituiu um sacrifício perfeito. O sacrifício definitivo foi oferecido por Cristo na Cruz (Hebreus 10.12).
Não há nada que o homem possa fazer para mover as mãos de Deus a seu favor. Agostinho disse: Crê neste (Cristo), e tudo está feito.
O ponto central do cristianismo é este: "O Verbo se fez carne" (João 1.14), sem isto, não haveria cristianismo e estaríamos mortos nos nossos pecados.
Você pode dizer: Fiz voto e recebi, contra fatos não há argumentos.
Pode ter feito, e pode ter recebido, mas muitas pessoas receberam o mesmo que você apenas clamando pela misericórdia de Deus. Então eu te pergunto: Você recebeu pela Graça ou pelo voto.
Deus nunca pediu votos aos seus servos.
É prepotência achar que podemos mover a mão de Deus a nosso favor.
Devemos pedir perdão a Deus por nossa ignorância e crermos que estamos perdoados pois o Sangue de Cristo nos purifica de todo pecado (1 João 1.7).
Deus não cobrará de você algo que Ele não exigiu.
A revelação plena de Deus aos homens é Cristo (Mateus capítulo 5).
Quanto à contribuição, veja este ensinamento do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 9.7-15:
7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.

8 E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra;

9 conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre.

10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.

11 enquanto em tudo enriqueceis para toda a liberalidade, a qual por nós reverte em ações de graças a Deus.

12 Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus;

13 visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para todos;

14 enquanto eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós.

15 Graças a Deus pelo seu dom inefável.
Graça e Paz!
​Pr. Afonso Tavares
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November 23rd, 2015

11/23/2015

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SOU OBRIGADO A DAR O DÍZIMO?

11/19/2015

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​SOU OBRIGADO A DAR O DÍZIMO?
Muitas Igrejas, ou seja, aquelas que são defensoras da Teologia da Prosperidade, enfatizam a necessidade do fiel contribuir com 10% dos seus rendimentos. Usam para tanto, principalmente o texto de Malaquias 3.7-11. Mas, o que diz esse texto? Vamos submetê-lo à exegese:
3.7 – Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes. Tornai vós para mim e Eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Veja que estamos diante de um quadro de desobediência generalizada do povo de Israel, e não apenas da manutenção do templo, dos sacerdotes e levitas. Deus disse: “vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes”.
No começo do capítulo 3 o texto fala claramente sobre a vinda de Cristo precedida pela vinda do profeta João, e, explicitamente fala que o Senhor entraria em juízo com a nação de Israel. Versículos 4-6
3.8 – Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Mas, o que eram os dízimos e as ofertas alçadas?
Eram 10% da produção dos rebanhos e das colheitas dos campos.
3.9 – Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação.
Que nação é essa que o texto descreve?
A nação de Israel. Deus estava falando com Israel.
3.10 – Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
O que significa casa do tesouro?
Casa do tesouro era uma das câmaras do templo onde se recolhiam moedas e produtos agrícolas para manutenção do templo, dos sacerdotes e dos levitas. Conclusão: Igreja não é casa do tesouro, mas se alguém quer ser legalista então faça esse tipo de contribuição numa sinagoga, que me parece ser o mais coerente a fazer.
A promessa feita aqui, é que se Israel fosse fiel às Leis de Deus, então Deus se encarregaria de estabelecer o reino com firmeza entre aquelas nações, o que infelizmente não aconteceu.
3.11 – E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra ; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.
Quem é esse devorador?
O devorador estava ao redor de Israel, basta ler o versículo 12 para compreender isso.
No Novo Testamento a única vez que Jesus fala do dízimo é para repreender os fariseus (leia Mateus 23.23).
Portanto, hoje em dia ninguém é obrigado a dar o dízimo, e, ninguém tem o direito de torcer os textos bíblicos para extorquir os fiéis.
Pr. Afonso Tavares 
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O DÍZIMO HOJE, É OBRIGATÓRIO OU NÃO?

11/19/2015

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A questão do dízimo gera dificuldade e resistência em muitos cristãos. Em muitas igrejas, o dízimo recebe excessiva ênfase. Ao mesmo tempo, muitos cristãos não se submetem à exortação bíblica em ofertar ao Senhor. O dízimo e as ofertas deveriam ser uma alegria, uma bênção. Mas raramente é o que acontece nas igrejas hoje, infelizmente.

Dar o dízimo é um conceito do Velho Testamento. O dízimo era exigido pela lei na qual todos os israelitas deveriam dar ao Tabernáculo/Templo 10% de todo o fruto de seu trabalho e de tudo o que criassem (Levítico 27:30; Números 18:26; Deuteronômio 14:22; II Crônicas 31:5; Malaquias 3:8-10). Alguns entendem o dízimo no Velho Testamento como um método de taxação destinado a prover pelas necessidades dos sacerdotes e Levitas do sistema sacrificial. O Novo Testamento, em nenhum lugar ordena, e nem mesmo recomenda que os cristãos se submetam a um sistema legalista de dizimar. Paulo afirma que os crentes devem separar uma parte de seus ganhos para sustentar a igreja (I Coríntios 16:1-2).

O Novo Testamento, em lugar algum, determina certa porcentagem de ganhos que deva ser separada, mas apenas diz “conforme a sua prosperidade” (I Coríntios 16:2). A igreja cristã basicamente tomou esta proporção (10%) do dízimo do Velho Testamento e a incorporou como um “mínimo recomendado” para o ofertar cristão. Entretanto, os cristãos não deveriam se sentir obrigados a se prender sempre à quantia de 10%. Deveriam sim dar de acordo com suas possibilidades, “conforme sua prosperidade”. Às vezes, isto significa dar mais do que 10%, às vezes, dar menos que 10%. Tudo depende das possibilidades do cristão e das necessidades da igreja. Cada cristão deve cuidadosamente orar e buscar a sabedoria vinda de Deus no tocante a sua participação com o dízimo e/ou a quanto deve dar (Tiago 1:5). “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Coríntios 9:7). Se alguém, de livre e espontânea vontade resolve dar 10% do que ganha, que faça isso com liberalidade e não por extorsão, como os casos em que os pastores chamam os fiéis de ladrões e ameaçam-los com o fogo do inferno. Também o Dízimo não pode ser usado como moeda de troca, porque não são apenas os 10% que pertencem a Deus, mas tudo o que temos (Salmo 24.1). Pr. Afonso Tavares
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DO LIVRE ARBÍTRIO

11/17/2015

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Tem certa mobilidade para escolher as coisas desta vida, como: trabalho, profissão, casar-se, adquirir uma propriedade, mas nestes casos, prefiro excluir o nome "Livre Arbítrio" e trocá-lo por "Vontade Permissiva de Deus", e, sei que A Vontade Permissiva de Deus flui de Sua "Vontade Decretória". Então, voltamos ao princípio: "Tudo está debaixo da Soberania de Deus". Sendo assim o Livre Arbítrio é cativo em termos de Salvação. Doutra forma teríamos que dizer que Deus não é Onisciente. Mas veja o que Ele disse: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós" (João 15.16).
Em suma: "O argumento do Livre Arbítrio é inútil".
Graça e Paz!
​Pr. Afonso Tavares 
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O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO (JOÃO 18.36)

11/15/2015

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Certa vez, meditando em João 18.36, me prendi a este detalhe "O meu Reino não é deste mundo". O cristão é um ser que precisa saber conviver com duas coisas: a vida secular (seu trabalho, seus estudos, sua família, seus amigos, e, por que não dizer, a igreja na sua parte material) e a vida espiritual, ou seja, agradando o Senhor ainda que imperfeitamente. Em decorrência disso, e aplicando esse ensinamento às minhas observações, levantei as seguintes teses:
1) Como em várias denominações o amor é direcionado ao seu bolso e não a você, Mamom reina absoluto dentro do limite da permissão de Deus.
2) Como o temporal se sobrepõe ao espiritual, o que importa é o que você tem e não o que você é.
3) Toalha ungida, lenço ungido, água benta e coisas anti-bíblicas tais como essas, certamente aos tais que as adquirem, trarão sobre si a ira de Deus.
4) A maioria das pessoas vão à essas pseudo-igrejas por interesse (cura, prosperidade, exorcismo) e não para cultuar a Deus.
5) Dizer que é necessário fazer gastos vultosos nas igrejas com o pretexto de que "para Deus tem que ser o melhor" é blasfêmia contra Deus. Também é expor Cristo a vitupério. Logo Ele que disse: "O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça". 
6) Outrora extorquia-se as ovelhas com a venda de Indulgências, hoje, com Dízimos e Ofertas. E quem não o fizer, logo é taxado de ladrão e ameaçado com o "fogo do inferno".
7) Neste cenário de extorsão, Cristo ficou minúsculo diante do poderoso dízimo.
8) A Teologia da Prosperidade diz: "O Reino de Deus é aqui", contrariando o versículo acima.
Por hora, fiquemos com essas oito teses, que elas agucem a sua percepção a respeito dessa roubalheira em nome de Deus.
​Pr. Afonso Tavares  
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DESENVOLVENDO A HUMILDADE

11/11/2015

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A humildade é essencial para o comportamento de retidão do cristão. A humildade e a mansidão são características geradas pelo Espírito no crente amadurecido. Os seus opostos, orgulho e arrogância, têm uma fonte diabólica. A humildade recusa-se a promover os seus próprios interesses, mas, ao contrário, procura os interesses de outros.
Humilhe-se na presença do Senhor. Entenda que este é o único caminho para ser purificado e ganhar uma perspectiva clara sobre o seu chamado ao ministério. Seja cuidadoso com a ambição egoísta, que se coloca acima de Deus, e com o orgulho, que tira a glória de Deus. Compreenda que essas coisas são a marca da rebelião de Satanás que se tornou inimigo de Deus.
​Pr. Afonso Tavares 
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ESTUDOS E JOGOS

11/10/2015

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Ó meu Deus, meu Deus! Que de misérias e enganos não experimentei então, quando se
me propunha, em criança, como norma de bem viver, obedecer os mestres que me instigavam a
brilhar neste mundo, e me ilustrar nas artes da língua, fiel instrumento para obter honras humanas
e satisfazer a cobiça! Mudaram-me à escola, para que aprendesse as letras, nas quais eu,
miserável, desconhecia o que havia de útil. Contudo, se era preguiçoso para aprendê-las, era
fustigado, num sistema louvado pelos mais velhos; muitos deles, que levavam esse gênero de
vida antes de nós, nos traçaram caminhos tão dolorosos pelos quais éramos obrigados a
caminhar, multiplicando assim o trabalho e a dor aos filhos de Adão.
Mas, por sorte, encontrei homens que te invocavam, Senhor, e com eles aprendi a te
sentir, quanto possível, como a um Ser grande que podia escutar-nos e vir em nosso auxílio,
embora sem a percepção dos sentidos. Ainda menino, pois, comecei a invocar-te como refúgio e
amparo e, para te invocar, desatei os nós de minha língua; e, embora pequeno, te rogava já com
grande fervor para que não me açoitassem na escola. E quando não me escutavas, o que servia
para meu proveito os mestres, assim como meus próprios pais, que certamente não desejavam o
meu mal, riam-se daquele castigo, que então era para mim grave suplício.
Porventura, Senhor, haverá alguma alma tão grande, unida a ti com tão ardente afeto, pois
isto também pode ser produzido pela estultice – repito, uma alma que alcance tal grandeza de
ânimo que despreze os cavaletes e garfos de ferro, e os demais instrumentos de martírio – para
fugir dos quais se te dirigem súplicas de todas as partes do mundo? Haverá uma alma que assim
os despreze – rindo-se dos que têm deles tanto horror – como se riam nossos pais dos tormentos
que éramos castigados por nossos mestres quando meninos? Porque, na verdade, não os
temíamos menos, nem te rogávamos com menor fervor para que nos livrasses deles.
Contudo, pecávamos por negligencia escrevendo ou lendo, estudando menos do que nos
era exigido; e não era por falta de memória ou de inteligência, que para aquela idade, Senhor, me
deste de modo suficiente, senão porque eu gostava de brincar, embora os que nos castigavam
não fizessem outra coisa. Mas os jogos dos mais velhos chamavam-se negócios, enquanto que os
dos meninos eram por eles castigados, sem que ninguém se compadecesse de uns e de outros,
ou melhor, de ambos. Um juiz sensato poderia aprovar os castigos que eu, menino, recebia
porque jogava bola, e porque com este jogo atrasava o aprendizado das letras, com as quais,
adulto haveria de jogar menos inocentemente?
Acaso fazia outra coisa naquele que me castigava? Se nalguma questiúncula era vencido
por algum colega seu, não era mais atormentado pela cólera e pela inveja do que eu, quando uma
partida de bola era vencido por meu companheiro?

Agostinho de Hipona "Confissões" Capítulo IX
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    Pastor Afonso

    Sou Pastor Evangélico ha mais de 20 anos, com formação em Teologia 

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