Os profetas do passado, homens totalmente guiados por Deus, tinham plena consciência da grandeza de sua missão, e de como era impopular. E muitos deles, sentindo-lhe o peso, procuraram fugir dela, alegando limitações pessoais. Moisés, por exemplo, tentou evitar aquele compromisso de que dependeria o futuro de toda a nação, argumentando que era gago. Mas Deus resolveu o problema providenciando-lhe um porta-voz, na pessoa de Arão. Jeremias, também, tentou furtar-se à tarefa justificando que era ainda muito criança. Mas, como já acontecera com Moisés, a objeção humana não prevaleceu. É que Deus não chamava esses homens para irem às academias de sabedoria humana apurar a personalidade nem aumentar seus conhecimentos. Mas parece que Ele como que agarra esses servos e os encerra num compartimento consigo. Se for verdade o que afirma o poeta Oliver Wendell Holmes, que sempre que alguém tem uma ideia nova sua mente se amplia e depois nunca mais volta às dimensões anteriores, então o que se dirá o coração que já escutou o sussurro da Voz eterna? As palavras que Eu ( o Senhor) vos tenho dito, são espírito e vida". (Jo 6.63) Nossas pregações hoje acham-se bastante debilitadas pelas citações que tomamos emprestadas daqueles que já morreram, em vez de recorrermos ao Senhor. Um livro é bom quando nos serve de guia; mas torna-se pernicioso quando nos acorrenta.
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Quem sabe calcular a dimensão do poder de Deus? O homem é capaz de calcular o peso do mundo; sabe dizer o tamanho da cidade celestial; contar quantas estrelas há no céu, medir a velocidade da luz, sabe informar a hora exata do nascer e do pôr do Sol --- mas não sabe avaliar o poder da oração. A oração tem o tamanho de Deus, pois é Ele quem nos dá a garantia dela. Ela tem as dimensões do poder de Deus, pois Ele garante que a atenderá. Que Deus se compadeça de nós por termos tantos tropeços ao praticar essa atividade que é a mais nobre que nossa língua e espírito podem exercitar. Se Deus não nos iluminar quando nos encontrarmos no aposento da oração, caminharemos em trevas O momento de maior constrangimento para o crente no dia do juízo será aquele em que tiver de encarar o fato de que orou pouco.
Os cristãos hoje em dia sofrem de uma falta de identidade crônica. Afinal nos identificamos com quem? É nosso dever identificarmo-nos apenas com Cristo. Podemos dizer em sã consciência como disse Paulo: "Porque vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim"? Creio que a maioria não. Enquanto isso milhares de almas estão indo para o fogo do inferno, e; se as estatísticas estiverem corretas são 110 por segundo.
A história política e militar dos povos gira em torno de indivíduos. Ela contém um sem número de nomes daqueles que chegaram ao poder, e fizeram o mundo tremer. Pensemos no gênio maligno de Hitler, por exemplo. Quantos reis ele derrubou! Quantos governos depôs! Quantos milhões de pessoas mandou para o túmulo! Ele foi, para a nossa época, um flagelo pior que as dez pragas para o Egito. Ele queria fazer uma coisa, e a fez! A Bíblia diz que nos últimos dias os ímpios irão praticar impiedade, mas "o povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo". Quem se tornará forte e ativo não são aqueles que cantam hinos sobre Deus, nem que escrevem a respeito dEle, mas os que conhecem o seu Deus. Falar sobre alimentos não "enche" o estômago de ninguém; conversar a respeito de conhecimentos, não deixa ninguém mais sábio; e falar sobre Deus também não significa possuir o poder do Espírito Santo. As falsas religiões e os demônios também falam sobre Deus. Uma verdade sobre a qual Paulo se apoiava era a bendita certeza de que "deixar o corpo" era "habitar com o Senhor" (2 Co 5.8). Para ele não há o sono da alma, nem aquele interminável estado intermediário, nada disso. Sair de uma vida é entrar logo na outra. Ante a ideia da eternidade, a linguagem era falha, e a imaginação claudicava. E ele considerava as chicotadas, as cadeias, os jejuns, cansaços e dores como uma "leve e momentânea tribulação", que seria compensada pelo fato de que "estaremos para sempre com o Senhor". Os demônios esperdiçaram sua munição contra Paulo. Portanto, é de se admirar que um deles tenha dito "e sei quem é Paulo"?
João era "a Voz". A maioria dos pregadores não passa de ecos, pois, se prestarmos bem atenção, saberemos dizer quais livros que andaram lendo, e notaremos que citaram muito pouco do Livro (ou seja, da Bíblia). E hoje, só uma Voz, voz de um profeta enviado do céu para pregar aos pregadores, conseguiria despertar o coração dos homens. Só quem tem coração quebrantado é capaz de levar outros ao quebrantamento. Irmãos, nós temos equipamentos, mas não temos poder; temos ação, mas não unção; barulho, mas não avivamento. Somos dogmáticos, mas não dinâmicos!
Todas as eras têm iniciado com fogo, e todas as vidas, sejam de pregadores ou de prostitutas, vão findar em fogo -- o fogo do juízo para alguns, o fogo do inferno para outros. Wesley diz o seguinte em um de seus hinos: "Salvemos as almas do fogo do inferno, Aliviando-lhes o tormento com o sangue de Cristo". Não me espanto muito com a paciência que Deus tem com os pecadores, com homens de coração endurecido. Afinal qualquer um tem paciência com uma pessoa cega e surda. E os pecadores nada mais são que cegos e surdos. Mas fico abismado com a paciência que Ele tem com essa igreja egoísta, entorpecida, preguiçosa de hoje. O grande problema de Deus é que o mundo pródigo convive com uma igreja pródiga.
Ah, que crentes cegos, falidos e arrogantes somos! Estamos nus e não nos damos conta disso. Somos ricos (nunca a igreja teve tanto equipamento), mas na verdade somos pobres (nunca o nível de poder esteve tão baixo). Não nos falta nada (e, no entanto, falta-nos quase tudo que a igreja apostólica possuía). Será que Ele está em nosso meio quando nos divertimos sem qualquer constrangimento, em nossa nudez espiritual? Irmãos, à luz do conhecimento que temos do altar de Deus, é melhor vivermos seis meses com o coração em chamas, apontando o pecado deste mundo, seja em que lugar for, e conclamando o povo a libertar-se do poder de Satanás e se voltar para Deus (como fez João Batista), do que morrer cercado de honrarias eclesiásticas e de doutorados em teologia, para ser motivo de riso no inferno, para os espíritos das trevas.
Ore, meu irmão, ore. Ore, a despeito das oposições de Satanás. Passe horas em oração. Prefira negligenciar a companhia dos amigos do que deixar de orar. Prefira jejuar, abster-se do desjejum, do almoço, do jantar, e não dormir, do que deixar de orar. E não adianta ficarmos conversando sobre oração; temos que orar muito e com fervor. A vinda do Senhor está próxima. E Ele virá despercebidamente, quando as virgens estiverem dormindo.
Nesta nossa era, nesta "meia-noite" em que vivemos, precisamos de crentes cheios de ardor por Deus. No dia de Pentecostes, o fogo do Espírito Santo que desceu sobre aquele grupo, incendiou o coração de cada um deles. E a igreja teve início ali, com aqueles homens agonizando. Hoje, ela está terminando, com seus líderes nos restaurantes, fazendo planos. Ela começou num avivamento e está terminando num ritual. Começou com uma força viril; hoje termina estéril. Os membros fundadores eram indivíduos de grande fervor, e nenhum título; hoje, temos muitos títulos, mas nenhum fervor. Ah, irmãos, nossa maior necessidade agora é de homens com o coração abrasado.
"O poder da oração extinguiu a violência do fogo, fechou bocas de leões, silenciou revoltosos, pôs fim a guerras, acalmou os elementos, expulsou demônios, rompeu as cadeias da morte, escancarou os portões do céu, minorou enfermidades, repeliu mentiras, salvou cidades da destruição, deteve o curso do sol e o avanço do relâmpago. A oração é uma poderosa armadura, um tesouro que nunca se esgota, um céu que nunca fica toldado de nuvens, e nunca é turbado por tempestades. Ela é a raiz, a fonte, a mãe de mil bençãos". Será que essas palavras de Crisóstomo são simples retórica visando a fazer com que algo comum pareça extraordinário? A Bíblia desconhece tais artifícios.
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Pastor AfonsoSou Pastor Evangélico ha mais de 20 anos, com formação em Teologia Categories |